Adriano, não sei qual seria o preço justo, pois não sou eu quem faz o preço desses relógios, mas eu não pagaria por ele mais do que pagaria por um eventual Omega ou Zenith que tivesse ganhado o concurso naquele ano. Aliás, penso que esse relógio não passaria no crivo do Henry Graves Jr., por exemplo, que só comprava cronômetros campeões.
Todos os relógios que passam por esses leilões têm um puta hype, mas tem aquelas pessoas que se deixam levar e outras que deixam passar.
Uma coisa é preservar uma relíquia histórica a fim de não descaracterizá-la e mantê-la preservada para futuras gerações. Outra coisa é preservar um item valioso a fim de proteger seu investimento para quando quiser vendê-lo novamente.
Esse Rolex que você fala aí é um investimento, puro e simples, e não uma relíquia histórica. Se você maculá-lo, o único prejudicado será você, que vai perder grana se um dia quiser vendê-lo. O mesmo vale pra esse Patek. Ele não é uma relíquia histórica, nem pra raça humana, nem pra relojoaria e, penso, nem pra Patek (que se quisesse o teria comprado).
Gravar a tampa traseira é um trabalho que não afeta sobremaneira o relógio e que dá pra reverter, diferentemente de uma reforma no mostrador.
Não sei se o Pitt é colecionador, mas parece-me que é um cara que dá valor pra coisas finas e únicas. Ele costuma andar com bons relógios, tem motos feitas sobre medida, etc. Creio que ele saiba o que recebeu da esposa, e mais, acho que ela comprou o relógio justamente porque ele deva ter manifestado interesse pelo mesmo. Mas, independente disso, é um casal rico pra caralho, e US$ 3 mi não deve afetar muito o patrimônio (é só fazer um filmeco que paga).
Não condeno e reitero que não acho esse relógio tão grande coisa; apenas um relógio muito bem feito e caro.