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Cronográfo Cyma

Iniciado por orbu, 01 Setembro 2015 às 21:09:31

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Adriano

Pois é eu esqueci que aqui no fórum o problema é dos olhos de quem lê, não das mãos de quem escreve.

Respondendo então diretamente à resposta do Flávio, e entendendo que um cara que maneje muito bem um torno seja um cara que domine o instrumento de cabo a rabo como orienta o livro do De Carle ou do Archie Perkins, certo? Então a resposta é não, não conheço nenhum. E segundo a opinião grosseira do Falco (ops, desculpem, a grosseria está nos meus olhos, esqueci), assistência AP, Breguet e Hublot deve fechar as portas. Procurem um profissional assim então na Rolex e na Breitling, quem sabe.

E Flávio, você está me dizendo então que você mandaria um Omega calibre 9300 para o Alberto pivotador revisar, numa boa, né? Que ele vai tirar de letra né, afinal, ele pivota tudo em um torno (e é a ele a quem recorremos corriqueiramente para serviços de eixos).

Você acha mesmo que a sua analogia é precisa, e que um mecânico, seja quem ele for ou quando ele fez isso, mas que construiu carros para o Piquet, com certeza absoluta saberá pegar o computador de diagnósticos da Porsche, todo em inglês, provavelmente, ligar em um 911 ano 2015 e escanear a central eletrônica por problemas? Sim, ele talvez saberá preparar um pistão para esse carro, coisa que será necessária uma vez a cada 1000 reparos, mas saberá mesmo lidar com todas as ferramentas de diagnóstico modernas, por dedução, sem treinamento?

Enfim, a resposta é não, acho que não tem cara no Brasil que domine um torno de relojoeiro como um relojoeiro formado na Suíça domine. Quando o Brasil tiver pelo menos um WOSTEP, esperamos a primeira turma se formar, e depois de uns 5 anos de formados, voltamos a conversar sobre o assunto. Quem sabe as notícias serão mais positivas para quem espera esse nível de proficiência na relojoaria no Brasil.

Pode não ser demérito para você que a autorizada AP, Breguet e Hublot não possua um profissional assim, mas aparentemente para outros, é. Fecha, ninguém lá sabe o que faz mesmo e suas famílias não dependem do trabalho difícil e honesto que lá é feito.

Preciso começar a dar minha opinião sobre a profissão dos outros aqui no fórum, como esse mesmo tom. Vamos ver quanto tempo vai demorar para dar uma treta.

Abraços!

Adriano

FPiccinin

O tópico está bem legal, vamos seguir em frente.

Citação de: Gravina online 04 Setembro 2015 às 10:07:36
100% de acordo!

100^10 de acordo!

Citação de: flavio online 04 Setembro 2015 às 09:59:07
Basta voltarmos aos trilhos da discussão. Flávio

De acordo novamente!

PS.: Se precisar operar um torno ou um centro de usinagem é só me falar, agora, se for para reparar um relógio, não conte comigo...kkkk



Adriano

E vou reiterar a pergunta, aqui isoladamente, para ela ficar clara: levante a mão quem acha que o famoso pivotador de São Paulo é capaz de revisar um Omega 9300 com a qualidade exigida pela Omega, com tranquilidade?

Alguém já parou para pensar se os treinamentos e testes qualificatórios da Omega, AP, Hublot, Breguet, Zenith, Parmigiani requerem que o relojoeiro sequer saiba ligar um torno na tomada? Ou se algum delegado técnico internacional que auditou e autorizou essas autorizadas sequer perguntou se ali havia um torno?

Abraços!

Adriano

Gravina

Citação de: Adriano online 04 Setembro 2015 às 10:22:39
E vou reiterar a pergunta, aqui isoladamente, para ela ficar clara: levante a mão quem acha que o famoso pivotador de São Paulo é capaz de revisar um Omega 9300 com a qualidade exigida pela Omega, com tranquilidade?

Abraços!

Adriano

O famoso pivotador de SP é meu amigo, então posso dizer: Ele não é relojoeiro, ele mesmo sabe disso.
Ele não faz revisão em relógios.
Por outro lado, relojoeiros, penso, queriam ter a habilidade dele..........se eu fosse relojoeiro, gostaria de ter... ;) ;D

Adriano

Sem dúvida! E não têm, por isso recorremos tão frequentemente aos seus serviços! Esse é o ponto, são habilidades diferentes, eu creio, ainda que seja, idealmente, complementares. Mas relojoeiro ou relojoaria nenhuma fecha a porta se não tiver essa capacidade.

Abraços!

Adriano


Clélio

Citação de: cesar online 04 Setembro 2015 às 09:56:01
Pô, o tópico estava indo tão bem, técnico, explicativo, ontem mesmo eu ia comentar o quanto eu tinha achado interessante as explicações dadas aqui e elogiar, mas como não tinha nada a acrescentar na minha "ingnorãncia" preferi ficar quieto na minha sem dar pitaco. Uma pena ter desandado......

abraços

+1  :(

Ainda que seja tarde;
  Orbu, obrigado por compartilha sua peça.
Adriano, valeu pela aula.

Abs


orbu

Boa tarde Amigos....

Diga-se de passagem, foi um bom tópico  :D
Mas na verdade o que eu gostaria de salientar é que gosto das peças como elas devem ser, longe de "gambiarras" ou adaptações.....
Não sou profundo conhecedor da arte, mas estou aprendendo graças a disponibilidade dos SRs em dividir os conhecimentos ou situações vividas.
Antes de comprar uma peça para restauro, tento pesquisar se peças faltantes são encontradas, nem que demore algum tempo.
Dexei de comprar por uma micharia um Citizen Record Master para restauro completo pq estava faltando o ponteiro de segundos, sou iniciante e portanto não conheço profundamente o caminho do sucesso....
Mas acredito que quando se compra um relógio para restauro, ele tem que chegar o mais  próximo possível de qdo saiu de fábrica....

Abraço a todos

Orestes

Lupferreira

Citação de: Adriano online 04 Setembro 2015 às 10:43:52
Sem dúvida! E não têm, por isso recorremos tão frequentemente aos seus serviços! Esse é o ponto, são habilidades diferentes, eu creio, ainda que seja, idealmente, complementares. Mas relojoeiro ou relojoaria nenhuma fecha a porta se não tiver essa capacidade.

Abraços!

Adriano

Para mim, isto está muito claro. Na minha empresa de Consultoria temos os profissionais que fazem parte do nosso core business: Estratégia, Finanças e Processos de Negócios. Os demais, RH, Produção, etc., temos parceiros porque as oportunidades que surgem são poucas e fogem da nossa expertise. É uma questão de perfil, foco e habilidades. Perfeito Adriano!

flávio

Olha, a grande crítica que se faz atualmente aos cursos de relojoaria na Suíça (e seu equivalente em Glashutte), é que são excessivamente complexos e duradouros para o que a indústria realmente precisa. Afinal, às vezes o cara senta a bunda na escola, estuda 4 mil horas, uns 5 anos, sai de lá sabendo fazer um relógio de cabo a rabo e... É empregado na indústria para no máximo montar, e quando digo montar, falo repetir tarefas relativamente simples numa linha de produção.

Numa série de livros que tenho aqui sobre a indústria Alemã, a briga entre os professores e empresas sempre foi quanto ao currículo. As empresas queriam currículos enxutos, já especializações, que ensinassem o cabra a fazer tarefas mais simples e, assim, que ele pudesse ser rapidamente absorvido pela empresa rapidamente.

A tônica atual das empresas, pois, é reduzir o ensino ao estritamente necessário para que aquele relojoeiro realize determinada função. Rápido, barato e eficaz.

Por outro lado... Por outro lado, outro dia li uma entrevista com o Roger Smith, que disse que todos os seus 3 ou 4 funcionários, conquanto especialistas durante determinado tempo em alguma parte da produção, tem que passar por todos os estágios. Ele disse que o relojoeiro que trabalha com ele tem que ser capaz de fazer tudo, muito embora não vá fazê-lo no "daily basis", porque pode se isso não ocorresse, a mera demissão de um dos responsáveis por determinado setor em sua empresa (ou atelier, como queiram...), travaria toda produção.

Então chego à conclusão. Uma assistência técnica, e a linha de produção que até mesmo é a tônica da indústria suíça, na qual especialistas constroem determinadas partes que, depois, unem-se num todo, funciona muito bem, até melhor do que com um clínico geral que faz tudo.

Porém, contudo, no entanto, é simplista dizer isso. Um relojoeiro do WOSTEP, como citado acima, seria uma boa aquisição em qualquer assistência autorizada do planeta, isso é fato.

Portanto, reitero o que disse acima, que em nenhum momento mostrou-se demérito para com as assistências daqui. Porém, o que vem além, em qualquer meio, é sempre bem vindo. E repito: não só numa loja de reparos de relógios, em qualquer profissão.


Flávio

FALCO

Citação de: Adriano online 04 Setembro 2015 às 09:13:59...Cara, por que raios eu perco meu tempo falando dessa merda? Por que raios eu perco meu tempo por aqui, ainda mais quando o papo vai para esse nível?...Adriano

Adriano, você não entendeu nada do que eu disse... Não estou dizendo com isto que a culpa disto seja sua... Minha opinião grosseira foi uma reação à uma pergunta grosseira (mas esta só eu não gostei, pelo jeito).
Pela consideração que tenho por você, vou escrever mais estas linhas:
Eu tenho certeza que a WT tem profissionais capazes de usar um torno muito bem. Certeza! Com isto não estou dizendo que eles sejam capazes de curar o câncer com esta ferramenta - até porque quem entende um pouco de mecânica sabe que um torno é uma ferramenta bastante limitada - mas operar muito bem, certeza!
Se eu encerrar aqui com um "com o devido respeito..." tudo fica bem?
FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

Adriano

Falco, eu certamente não entendi assim a sua mensagem. Mas direi, também pela sincera consideração por você, que aproveite para refletir o seguinte: você se conhece melhor que ninguém, e sabe a maneira como escreve. Você é um cara EXTREMAMENTE gentil, educado e cortez pessoalmente, inacreditavelmente diferente, e ao inverso, da maneira como escreve. Reflita se a má interpretação não vem daí. Numa boa.

Explicação aceita, de todo modo.

Abraços!

Adriano

Lupferreira

Citação de: Adriano online 04 Setembro 2015 às 21:11:27
"Você é um cara EXTREMAMENTE gentil, educado e cortez pessoalmente, inacreditavelmente diferente, e ao inverso, da maneira como escreve. Reflita se a má interpretação não vem daí. Numa boa."

Creio que têm muitos assim aqui. Pessoalmente tudo muda, inclusive as diferenças e as animosidades são anuladas.