Há anos, quando tivemos um jantar com o povo da Omega aqui, o chefe de operações Brasil, que havia vindo de Sampa, disse que a Omega tinha margem de manobra de preços de 40%, isso num país no qual o imposto de importação beira 70%. Imaginem, pois, por quanto a Omega suíça repassava ou repassa os relógios para o revendedor mundial, uma pequena fração do preço. E a Omega aqui, como notório, seguia ou segue preços globais, como a Rolex também vem fazendo. Porém... O país não é rico e, como disseram aí, os custos de operação são gigantescos, ainda que as margens sejam razoáveis. Mas não só... Como já ressaltei aqui, no mercado não maduro, como é o caso do 3 mundo, o grosso dos compradores de objetos de luxo não estão em busca de "heritage" ou coisa que o valha, mas a "banca" que se põe no cabra ao lado. Lembrem-se de Veblen... E aí, as marcas que detém o fácil reconhecimento do público tendem a manter parcelas gigantes do mercado. Pô Flávio, mas a Omega vende mais relógios no mundo do que a Rolex! Tá, mas pelo menos atualmente, pois o passado ficou para trás, não tem a mesma percepção de "banca" que aquela tem, ou tem? Não tem não é, sejamos honestos. E aí... Se o salário não está permitindo brincadeiras, ou está mas no limite, você compraria um troço da Omega ou um Rolex, que possui preço semelhante, pelo menos nas linhas de entrada?
Flávio