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Vamos falar sobre canetas?

Iniciado por O Cara, 10 Setembro 2009 às 19:38:07

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Alberto Ferreira

Citação de: edulpj online 20 Setembro 2012 às 18:03:01
...

Já tive uma P51 Vacumatic, mas estava tão "zuada", que eu a transformei em "eyedropper"...

Eduardo,
Com as devidas "escusas prévias"  :D por minha ignorância em termos de "canetas tinteiro", haja vista eu (ainda) usar este termo assim, que eu nem sei se ainda está em voga...  :D

Eu gosto delas, uso algumas, mas o meu conhecimento técnico e histórico é mais superficial do que "tanga de índio"...  ::)  :D


Então, e, por favor, não se ofenda com a brincadeira embutida na pergunta aí abaixo, ok?
O objetivo, além da dúvida real, é mesmo "cutucar" (com o que está entre parêntesis  ;)), mas bem de leve, e respeitosamente, bem entendido...  :D

O que é "eyedropper" (que alguns, talvez "estilosamente" :D, até poderiam chamar de, digamos, de "aiedroper"  ;)) ?...

E outras perguntas, sérias...
Seriam daquelas que eram (ou são...) abastecidas por conta-gotas?
Este tipo de canetas, caso eu não esteja "viajando na batatinha" (e com maionese  ;)) do termo em si, existiu na forma comercial (ou seja, fabricadas e vendidas normalmente) ou eram (ou são) apenas artesanais?

Abraços!
Alberto

edulpj

Citação de: Alberto Ferreira online 21 Setembro 2012 às 09:43:32
Citação de: edulpj online 20 Setembro 2012 às 18:03:01
...

Já tive uma P51 Vacumatic, mas estava tão "zuada", que eu a transformei em "eyedropper"...

Eduardo,
Com as devidas "escusas prévias"  :D por minha ignorância em termos de "canetas tinteiro", haja vista eu (ainda) usar este termo assim, que eu nem sei se ainda está em voga...  :D

Eu gosto delas, uso algumas, mas o meu conhecimento técnico e histórico é mais superficial do que "tanga de índio"...  ::)  :D


Então, e, por favor, não se ofenda com a brincadeira embutida na pergunta aí abaixo, ok?
O objetivo, além da dúvida real, é mesmo "cutucar" (com o que está entre parêntesis  ;)), mas bem de leve, e respeitosamente, bem entendido...  :D

O que é "eyedropper" (que alguns, talvez "estilosamente" :D, até poderiam chamar de, digamos, de "aiedroper"  ;)) ?...

E outras perguntas, sérias...
Seriam daquelas que eram (ou são...) abastecidas por conta-gotas?
Este tipo de canetas, caso eu não esteja "viajando na batatinha" (e com maionese  ;)) do termo em si, existiu na forma comercial (ou seja, fabricadas e vendidas normalmente) ou eram (ou são) apenas artesanais?

Abraços!
Alberto



Pô mestre!!! Não precisa apalpar tanto... Sou um matuto casca grossa... Se bobear ainda estranho  ;) ;) ;) ;) ;)

Exatamente elas!!! As primeiras canetas tinteiro eram abastecidas a conta-gotas pois não tinham bomba própria. O lado ruim da coisa, é que o processo pode se tornar mais sujo... O lado bom, é a capacidade ABSURDAMENTE GRANDE de tinta.

Elas existiram, EXISTEM e EXISTIRÃO na forma comercial. Na Índia, as eyedropper até hoje são as preferidas. Os indianos fazem belíssimas eyedropper (destaque para as Ratnam e para as Ranga) em ebonite. Eles têm ainda as Wality em polimeros mais baratos para uso mais popular.

Nos EUA, tem a Bexley Pens, que fabrica canetas bastante sofisticadas. Uma Bexley Imperial Eyedropper, chega a custar perto de 600 obamas.

A opção mas barata para quem quer arriscar com eyedropper, é comprar uma Platinum Preppy, que custa TRÊS OBAMAS... Com um "o-ring" 1.5 x 8 mm, ela se transforma numa excelente eyedropper para uso escolar. É feita em policarbonato transparente, o que permite monitorar a quantidade de tinta sem qualquer problema. Só pra se ter uma idéia da capacidade, um cartucho de tinta da Parker, tem a exata capacidade de UMA SERINGA (daquelas para insulina). Para encher o TANQUE de uma Preppy, são necessárias QUATRO SERINGAS. Para uso escolar é a melhor opção de caneta que existe.

Qualquer caneta tinteiro com corpo plástico, pode ser transformada em eyedropper, desde que obviamente não tenha furo de respiro no corpo. Outra opção interessante, é a Parker Frontier...

A famosa Noodler's, fabricante estadunidense de tintas, tem franscos de tinta que já vêm com o conta gotas integrado na tampa...

Alberto Ferreira

Salve, Eduardo!

Grato pela ampla resposta. Eu não esperava nada diferente.  8)
Legal, mesmo, saber.

Bom,...
Independente da espessura das "cascas",...
...Respeito, mesmo que nas brincadeiras, é bom...
E nós gostamos.  Né?
8)

E é bom que isso fique sempre bem claro.  ;)

Um grande abraço!
Alberto

Sergiorj2016

Prezado prof Eduardo.
"ferramentas específicas" - Acho que fico no limbo, ou dou um jeito de aprender e conseguir ferramenta ou perco as canetas, o custo de troca por aqui é um absurdo.
"o sistema piston filler..." - Vc considera ruim mesmo na Pelikan, Faber estudante, Rapidograph?

Aproveitando o assunto vc considera uma possibilidade trocar os ink sac da Ester pelos do tipo da PK 51 aerometric, funcionaria da mesma forma e teria mais durabilidade?

"Pra quem consegue chupar um picolé sem enfiar na testa..." - Vou ter mais cuidado com a testa!  :) Não resisti a brincadeira desculpe  :)

edulpj

Citação de: Sergiorj2016 online 21 Setembro 2012 às 12:15:27
Prezado prof Eduardo.
"ferramentas específicas" - Acho que fico no limbo, ou dou um jeito de aprender e conseguir ferramenta ou perco as canetas, o custo de troca por aqui é um absurdo.
"o sistema piston filler..." - Vc considera ruim mesmo na Pelikan, Faber estudante, Rapidograph?

Aproveitando o assunto vc considera uma possibilidade trocar os ink sac da Ester pelos do tipo da PK 51 aerometric, funcionaria da mesma forma e teria mais durabilidade?

"Pra quem consegue chupar um picolé sem enfiar na testa..." - Vou ter mais cuidado com a testa!  :) Não resisti a brincadeira desculpe  :)

Ferramentas sempre são uma boa pedida... Se bem que eu tenho uma ferramenta para PK 51 Vacumatic que eu mesmo fiz, custo praticamente zero e funcionou tão bem quanto uma de 35 obamas...

O sistema "piston filler", Serjão, é super valorizado pelos "entendidos", mas se você analisar friamente, concluirá que tem mais desvantagens do que vantagens... Vamos a uma análise rápida:

1. Capacidade: A capacidade do reservatório das piston filler, é cantada em verso e prosa... Mas quem já teve a oportunidade de desmontar uma, ou ainda observar uma demonstrator, percebe que metade do espaço do reservatório é desperdiçada com o mecanismo de acionamento do êmbolo. O espaço restante, só tem alta capacidade se a caneta for "gorda". Canetas mais finas, têm uma capacidade medíocre no sistema piston filler. Lembre-se que o volume de um cilindro tem uma dependência LINEAR em relação à geratriz e uma dependência QUADRÁTICA em relação ao diâmetro...

2. Resistência: Aqui a coisa é crítica... Se uma piston filler tem seu corpo trincado, é necessário substituir o corpo. Se não tiver a peça de reposição, a caneta vai pro lixo... Nas canetas com "janelinha" para visualizar a tinta, a coisa é ainda mais complexa, pois volta e meia tem vazamento ali...

3. Material do corpo: Como o próprio corpo é o reservatório, é quase obrigatório que o corpo seja de polímero. Corpos metálicos como latão esmaltado, latão folheado a ouro, ou AÇO INOXIDÁVEL (o melhor material para canetas...), não podem ser utilizados em piston fillers...

4. Peças móveis: Uma piston filler, só perde em número de peças móveis, para uma "snorkel" da Sheaffer. Uma Parker 51, não tem nenhuma peça móvel. Quanto maior o número de peças móveis, maiores as encrencas futuras...

Quanto a usar ink sac da P51 numa Esterbrook, não tem como, pois a medida é diferente. O ink sac da Esterbrook é o #16. Da P51 é o #18. Serviria perfeitamente numa Conway Stewart, na Esterbrook ficaria folgado e poderia escapar. Para quem quer um ink sac mais duradouro na Esterbrook, a opção é silicone...

Paulo Sergio

Edu...
Poderia repassar o "passo-a-passo" de transformar uma Frontier, ou outra tinteiro, em "eyedropper", e também as dicas de carga?
Obrigado
Abraço
Paulo Sergio 
Abraço
Paulo Sergio

edulpj

Muito simples... Basta "rolar" o "o-ring" pela rosca da nib-section até "encostar" no batente. Para encher, basta colocar o corpo da caneta com a boca pra cima e despejar tinta dentro. Depois é rosquear e garantir que há uma leve pressão no "o-ring" pra selar bem. Só isso...

Paulo Sergio

Abraço
Paulo Sergio

Alberto Ferreira

Salve!

Paulo Sergio,
Eu também fiquei curioso...

E achei este "tutorial" aqui...  ---->  http://www.inknouveau.com/2010/12/converting-platinum-preppy-to.html


No caso da Frontier, o processo básico deve ser o mesmo, eu creio.  ;)

Abraços a todos!
Alberto

Sergiorj2016

Caro Eduardo grato uma vez mais pelas pacientes explicações! Vou desmontar a rapidograph... :)))

Paulo Sergio

Obrigado Alberto!!! Grande!!!
Abraço
Paulo Sergio
Abraço
Paulo Sergio

murilolsd

Onde podemos encontrar a borrachinha e o silicone? ???

Roncato

Citação de: murilo online 22 Setembro 2012 às 09:57:26
Onde podemos encontrar a borrachinha e o silicone? ???

Vai lá

http://www.richardspens.com/?page=accessories/orings.htm

http://www.gouletpens.com/Other_Pen_Parts_s/1147.htm

No Brasil, talvez nos caneteiros... Não sei se é possível adaptar... O silicone é mais tranquilo...

murilolsd

Obrigado, Roncato!
Será que dá para adaptar as borrachas de vedação dos fundos de relógios?
Tem modelos de tamanho muito próximo.
E a "graxa de silicone"? Encontro em farmácias, lojas de material de construção ou onde?
Abraço!
Murilo

Roncato

Creio que em lojas de material elétrico e hidráulico.
Aqui um exemplo de fabricante, http://www.implastec.com.br/produtos/eletroquimicos/lubrificantes-especiais/igs-2972-graxa-de-silicone-dieletrica
talvez se entrar em contato com eles, seja fácil identificar algum revendedor próximo a você, porém, tem muitos se procurar no Google.

Abr.

murilolsd


murilolsd

Pessoal,
quais seriam as marcas de tintas mais "secas" e as mais "molhadas"?
Só tenho experiência com a tinta da montblanc.
Tenho impressão que ela demora demais para secar quando uso penas médias ou grossas.
Abraço e obrigado,
Murilo

Adriano

Sim! É física pura: quando mais tinta sair, mais demora para secar. Por isso quem gosta de penas grossas ou mesmo que médias mas com bastante fluxo, tem que se habituar com os borrões.

Mudando rapidamente de assunto, recebi ontem um vidro de MB Oyster Grey. Gostei, mas fatalmente tive que compará-la com a Diamine Grey que eu estava usando há umas duas semanas.

Como a caneta esvaziou, enchi com a nova MB. Fiz uma comparação com a mesma caneta, a Pelikan M205. A tonalidade é sempre difícil de verificar pelo computador, especialmente com nuances tão sutis.

Achei a Diamine perfeita porque tem um tom consistente e que se mantém independente do volume de tinta. Ela é realmente cinza, e se tiver que puxar para algo, eu diria que tem um sutil azul que só se revela no swab. Ela é extremamente homogênea. É perfeita, fim de papo.

Já a MB, é muito parecida, mas tem algumas coisas que não gostei muito. O tom é questão de gosto pessoal. Ele é ligeiramente amarronzado na MB. E só se revela, também, no swab. Mas num dos swab que fiz apareceu uma pequena inconsistência de tonalidade, dependendo do volume de tinta. Na escrita, dificilmente nota-se diferença entre as duas. Mas o swab revela que o volume de tinta muda o tom na MB. E o que não gostei muito foi o fato de que a MB parece menos homogênea, parece ter "partículas", o que dá aquela impressão que não gosto, de que é uma tinta preta misturada com água. No swab parece uma tinta suja.

Mas ainda recomendo que experimentem. Não é como a Diamine, mas ainda é uma boa tinta cinza.






Abraços!

Adriano

edulpj

O fluxo da tinta, TAMBÉM altera o matiz... Certa vez, escrevi amostras com doze canetas diferentes, todas abastecidas com a mesma tinta. Se achar a foto, vou publicar aqui... A maioria das pessoas que analisou, custou a acreditar que se tratava da mesma tinta...

Adriano

Realmente para mim nunca uma tinta escreve igual em diferentes canetas. Acontece o mesmo:a mesma tinta, em diferentes canetas, ninguém acredita que é a mesma tinta. Especialmente tintas "coloridas", com cores bem específicas. Muda completamente.

Abraços!

Adriano