Taí uma questão interessante para se analizar:
Automação de última geração numa indústria normal visa aumentar a eficiência e a produtividade sem perda de qualidade (ao contrário, como disse o Flávio robôs são mais precisos nas tarefas que podem executar), possibilitando em última instância aumentar a oferta de produtos a preços competitivos.
Como o "aumento" na quantidade ofertada de relógios esportivos Rolex é inversamente proporcional ao seu aumento de preço, mesmo com toda a alta tecnologia de automação empregada em grande parte do seu processo de produção, não teríamos aí um paradoxo? 
Olá Desotti! Seu raciocínio seria perfeito, não estivéssemos falando de um artigo de luxo, em que a lógica colocada por você se subverte completamente. Na indústria de luxo, desejo e exclusividade fazem as vezes de oferta e competitividade de valores; e nenhum dos dois primeiros vai bem com redução de preços.
Quanto à automação e sua ponderação diante dos (absurdos) valores de mercado atuais, volto a um ponto debatido com amigos recentemente: para sermos justos, a Rolex nunca se pretendeu uma manufatura de alta relojoaria. Naquilo que faz - relógios de médio luxo esportivos - reina absoluta e, de fato, ninguém se compara à ela, no conjunto qualidade, apelo da marca e presença de mercado. A marca sempre se promoveu por valores como precisão e durabilidade, nunca alardeou complicações e acabamento manual sofisticado.
Os valores de tabela, em usd, são coerentes (dentro de um mercado de luxo) com o que a marca se propõe a entregar e, sinceramente, são competitivos na faixa de preço. Os valores de mercado atuais, algumas vezes vários múltiplos acima da tabela e que estão ainda piores no Brasil em razão do câmbio, realmente colocam a Rolex em faixas de preço que não fazem sentido para o produto. Mas isso não é culpa da Rolex.
Alguns dirão que ela é indiretamente responsável, pois cria uma escassez artificial que, por sua vez, infla os preços no mercado paralelo, mas a postura da marca em manter sua produção controlada e seguir firme na publicidade do seu produto, ao invés de inundar o mercado e seguir a sina de Richemonts, Swatch Groups e LVMHs da vida é exatamente o faz da Rolex, bem... a Rolex.