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« Online: 17 Julho 2023 às 19:01:23 »
De maneira muito resumida, eu sinceramente diria que se gostou do relógio e cabe no orçamento, vá em frente e não se preocupe com o resto. Diga-se de passagem, acho esse modelo belíssimo!
Já respondendo às dúvidas:
1 - a tampa é de pressão, não é rosqueada. A abertura se dá usando um canivete com lâmina apropriada para essa finalidade (aquelas dos famosos "canivetes de relojoeiro). Eu diria de quase impossível o vidro trincar nesse processo. O risco aí, como de qualquer fundo de pressão, é a falta de habilidade (ou uso de ferramenta incorreta, ou ambos) acabar marcando a caixa e a tampa, fazendo um "dente" no aço, e/ou cortar ou danificar a junta de vedação.
2 - as 6497/6498 são famosas por sua robustez e não é para menos que estão aí até hoje. E embora eu confie tranquilamente em suas encarnações modernas, é bom ter em mente que a qualidade dos materiais com que são feitos os mecanismos são mais importantes que de seu desenho, para efeitos de robustez e durabilidade. Logo, não é porque uma Unitas 6497 de 1900 e bolinha seja durável que sua versão moderna também seja. Muita embora nesse caso eu confio tranquilamente que sim. Mas apenas comento isso para que fique claro que um mesmo calibre pode ter diferenças bem grandes de qualidade ao longo de sua vida, dependendo dos materiais usados em determinadas fases de sua existência. Já vi inúmeros casos de um mesmo calibre com diferenças gritantes de qualidade um para outro. Logo, convém ter em mente que um calibre bem reputado em uma época pode não ter a mesma qualidade da época em que fez fama. Repito, contudo, que não vejo ser o caso do 6497/98.
3 - eu não acho absolutamente necessário estocar peças do mecanismo ou do relógio... Acho ok se por acaso se deparar com essas peças por aí e quiser comprar. Mas realmente planejar essa compra, acho excessonde zelo. Além do que, não vai conseguir. Como qualquer outra marca hoje, peças de reposição não são comercializadas avulsas para clientes finais.
Eu não me preocuparia, principalmente com peças do mecanismo. Não é raro revisar uma máquina dessas dos anos 1960 que não precisam de nada, exceto limpeza e lubrificação. Estamos falando em 60 anos de uso? Acha que vale a pena se preocupar em ter peças para trocar no ano de 2080, digamos? De modo algum é uma crítica; apenas pondere se é mesmo necessário pensar nisso agora e se vale a pena ponderar isso em sua decisão de compra.
Abs.,
Adriano